06/12/2006

Boas festas

As empresas privadas, como bastiões das sociedades modernas, são tal como estas, laicas. Acreditam apenas no sucesso. Do negócio, do departamento, de este ou de aquele colaborador, no dinheiro ganho, nos clientes angariados, no valor das acções...
Hoje é dia do jantar de Natal da firma. Ao contrário de outros anos, onde a "coisa" era nacional, este ano por motivos vários é apenas regional. Cada "casa" comemora o Natal na sua área geográfica. Estaremos juntos assim, os da mesma filial em ambiente de festa. Pelo que posso notar desde já nos corredores, o consumo de perfume aumentou, as camisolas e gravatas novas são muitas, e até o mal-disposto me concedeu um sorriso. Tudo isto tem lógica, tudo isto é proveitoso, embora na maior parte dos casos chato como a potassa!
Apenas uma coisa me faz confusão: Porquê jantar de Natal? Porque não de fim-de-ano, de solstício de inverno, de fecho contabilístico, de "sempre se fez assim, porquê mudar", etc?
O Natal tem uma razão de ser. Comemora algo que aqueles que não acreditam, não deveriam em consciência comemorar. Dir-me-ão que não comemoram... que é um aproveitar, um pretexto para esta e muitas outras festas. Então para esses o uso da palavra Natal, é um erro semântico. Na minha opinião, não deveriam utilizar a palavra. Não deveriam querer utilizar a palavra. Por outro lado, acho que qualquer festa é também um pretexto e uma oportunidade para se ser mais feliz, conviver, rir, e quem sabe descobrir o verdadeiro Natal.

Natal
do Lat. natale
adj. 2 gén., respeitante a nascimento;
natalício;
pátrio;
s. m., dia ou época em que se comemora o nascimento de Jesus Cristo (grafado com inicial maiúscula);
dia do nascimento.

10 comentários:

Manuel disse...

Olá,

É uma das muitas incoerências culturais... Mas a "cultura" é isso tudo, essa amálgama de influências...
Mas se a "celebração de Natal" servir para juntar as pessoas e para apelar a um lado mais humanizado dos grupos e instituições... já não é mau. Mesmo que não haja mais nada.

deep disse...

É pena que se tenha perdido o verdadeiro espírito do Natal, que o mesmo se tenha tornado em mais uma festa de contornos pagãos. É pena também que as palavras do Ary não ganhem outro sentido: "Natal é em Dezembro/ mas em Maio pode ser./ Natal é em Setembro/ é quando um homem quiser.".

Beijo

Pedro Gamboa disse...

Já procurei em conversas de amigos esboçar uma opinião concreta sobre todo este fenómeno…
Não é fácil, claramente gostei da clareza do que li. lol

Abraço.

Periférico disse...

Pelo menos o Natal faz nascer um clima mais ameno e bem disposto, é uma época de tréguas nos individualismos exarcebados de outros meses ;-)

E que tal correu o jantar regional?

Um abraço!

rascunhos disse...

seria fácil se nós os seres pensantes não tivessemos a "mania" de questionar a coisa

pronto não era nada disto que eu queria dizer, e as festas de natal das empresas privadas são giras...

e já agora as do estado também... há sempre a expectativa do tema do discurso ,apelativo ao bater das palmas..

bom fim de semana e esperemos então pelas férias de verão dizem que é mais apetecivel e dá para fazer umas loucuras

mas isto são só opiniões

bjinhos

Anónimo disse...

"Natal é quando um homem quiser e eu este ano...não quero!!"

Está demais...e o pior é que concordo. O Natal é uma seca.
Gostava de estar com as pessoas de quem gosto, mais vezes, não por ser Natal.

Anónimo disse...

começo a não gostar de estar perto de pessoas que não gostam do Natal!
viva o Natal, o do azeite gallo!:)

antónio paiva disse...

.................
ora Companheiro,

essa coisa do Natal que nos vendem, não tem nada a ver com Natal

tem mais a ver com outras coisas com menos valor

tem a ver com hipocrisias bem ornamentadas

tem a ver com o mostrar o que na realidade não se é

brevemente escreverei sobre isso lá no canto do costume
...................

Abraço e bom fim-de-semana

Anónimo disse...

nao podia estar mais de acordo :)
olha, bom NATAL! mesmo...
um beijo e ate janeiro!

antónio paiva disse...

..............



Abraço e noite serena