26/03/2007

Parrilhada

Estou triste e desiludido; raivoso nunca.

Ouço melhor com o coração.

É evidente que não existe glória na rendição; mais uma razão para ela ser tão dura. Mas quantas vezes ela não é mais do que o assumir do óbvio?

Parece-me correcto o princípio de que se devem conhecer bem os assuntos sobe os quais escrevemos. Mas alguma vez nós conhecemos francamente bem os sentimentos?

Um desiludido, desilude.

Como se luta por princípios evitando os fins e fugindo aos meios?

Ás vezes não tenho paciência nenhuma para mim. Mas, apesar de tudo, vivo melhor com isso do que quando não tenho paciência para os outros!

Aquilo que pensamos sobre determinado assunto deriva da nossa apreensão desse mesmo assunto. Estando a apreensão errada, estará errado o pensamento que dela resultou?

Homens valentes defenderam aquilo em que acreditavam contra tudo e todos. Apesar de o futuro lhes ter dado razão, foram valentes. E sós!

"Estou tão fechado sobre mim mesmo", que só penso nos outros.

7 comentários:

rascunhos disse...

Ora viva.

Deixa-me dizer-te que começas bem. O tema da paciência agrada-me , sobretudo nos dias em que a mesma por aí anda à procura de bom porto...

"quem semeia paciências colhe amores-perfeitos" ouvi um dia destes

e a frase cá está à espera que apareça o código postal...

bjs

antónio paiva disse...

.................

Verdades bem desenhadas!

Mas eu de momento, fiquei sem paciência, vai melhorar

......................


Boa semana

Margarida Atheling disse...

Desiludido, Miguel??

Há umas quantas verdades irrefutáveis por aqui.
Ouves muito bem com o coração e essa é uma qualidade tão rara, que devia bastar-te para que te tornar imune às desilusões.

Mas tem também um erro gigantesco.
Um desiludido, foi vitíma da desilusão. "Só" isso.
Não desilude!!

Não dês tanta importância às imperfeições do mundo, porque elas existirão sempre. Até para nos fazer sonhar com a perfeição.

E arranja paciência para ti, porque bem a mereces!

Obrigada!

Bjs!

Francisco Souto e Castro disse...

A capacidade de falar e exprimir os sentimentos torna-os menos pesados de os transportar.
Bem regressado seja...
Um abraço

Vilma disse...

Gostei imenso... quantas vezes issome acontece também!
Muito bom o teu blogue!
Obrigada por me teres visitado e dares-te a conhecer!
:)

Phil disse...

se raivoso nunca, fechado sempre. abrir a comporta das raivas é assustador mas abre-nos e deixamos de pensar só nos outros para olhar também nós... para não nos desiludirmos tanto com os outros e connosco por acharmos idealmente que podemos respirar sem expirar algumas raivas, quando inspiramos tantas vindas dos outros... é homeostático... (diz o roto ao nu!) ;)

Phil disse...

q confusão que escrevi... bom domingo!