De novo, o rio.
- Bom dia, senhor Rio. Com que então a descansar?
- Olá, bom dia…. É verdade; parei aqui para me encantar!
- Engraçado que diga isso, pois a mim parece-me o contrário. Os montes, as colinas, árvores, animais e pessoas estão aqui dispostos como que em bancadas para o admirar a si!
- A mim?!!! Disparate. Sou apenas água, que um dia corre com pressa, outro com mais tempo me deixo deslizar devagarinho. Como pode o que quer que seja, perder tempo a olhar para mim?
- Devolvo-lhe a pergunta, sr rio. Que raio está a ver e diz que o maravilha?
- Então não vê? Toda a natureza, nesta altura em festa, os animais em grupos a comer e conversar, as crianças ali ao fundo, o sol que ali cúmplice com as arvores produz sombras refrescantes e acolá ajuda a realçar as cores da relva e das flores…
- É verdade… mas nada disso seria o mesmo se o senhor não estivesse aí…É para si que convergem todos os olhares.
- Todos menos o meu, que é com o que me rodeia que me espanto todos os dias. Olhe ali, onde aquela árvore me veio abraçar… Consegue imaginar coisa mais terna?
- Por acaso pensei que fosse o senhor a abraçar a árvore.
- Bem, é verdade que também estou… Ninguém abraça o nada.
Com o silêncio exterior do local onde me encontro – e que alguns reconhecerão na foto – e o interior finalmente com tempo para ouvir, a mim e aos outros, “apanhei” esta conversa. Como um abraço encontra existência no outro, também o rio se complementa na paisagem que o rodeia e vice-versa. Também o ser humano precisa do outro para se maravilhar. Também eu, preciso de ti, para ser eu. Faça-se silêncio. Escute-se. Criem-se as condições para nos maravilharmos e por certo, alguém se espantará connosco.
Nota: Nokia e laptop em animada conversa bluetooth. Ligação por essa via à internet. Máquina digital e cartão SD partilhado por esta e pelo computador, fazem com que o post possa ter entrado aqui agora, e a foto tirada às 13:50 de hoje acompanhe o texto. Maravilhas da técnica mesmo em meio rural. Sem que perturbem o silêncio!
- Olá, bom dia…. É verdade; parei aqui para me encantar!
- Engraçado que diga isso, pois a mim parece-me o contrário. Os montes, as colinas, árvores, animais e pessoas estão aqui dispostos como que em bancadas para o admirar a si!
- A mim?!!! Disparate. Sou apenas água, que um dia corre com pressa, outro com mais tempo me deixo deslizar devagarinho. Como pode o que quer que seja, perder tempo a olhar para mim?
- Devolvo-lhe a pergunta, sr rio. Que raio está a ver e diz que o maravilha?
- Então não vê? Toda a natureza, nesta altura em festa, os animais em grupos a comer e conversar, as crianças ali ao fundo, o sol que ali cúmplice com as arvores produz sombras refrescantes e acolá ajuda a realçar as cores da relva e das flores…
- É verdade… mas nada disso seria o mesmo se o senhor não estivesse aí…É para si que convergem todos os olhares.
- Todos menos o meu, que é com o que me rodeia que me espanto todos os dias. Olhe ali, onde aquela árvore me veio abraçar… Consegue imaginar coisa mais terna?
- Por acaso pensei que fosse o senhor a abraçar a árvore.
- Bem, é verdade que também estou… Ninguém abraça o nada.
Com o silêncio exterior do local onde me encontro – e que alguns reconhecerão na foto – e o interior finalmente com tempo para ouvir, a mim e aos outros, “apanhei” esta conversa. Como um abraço encontra existência no outro, também o rio se complementa na paisagem que o rodeia e vice-versa. Também o ser humano precisa do outro para se maravilhar. Também eu, preciso de ti, para ser eu. Faça-se silêncio. Escute-se. Criem-se as condições para nos maravilharmos e por certo, alguém se espantará connosco.
Nota: Nokia e laptop em animada conversa bluetooth. Ligação por essa via à internet. Máquina digital e cartão SD partilhado por esta e pelo computador, fazem com que o post possa ter entrado aqui agora, e a foto tirada às 13:50 de hoje acompanhe o texto. Maravilhas da técnica mesmo em meio rural. Sem que perturbem o silêncio!
17 comentários:
Diz ao Senhor Rio que lhe mando um beijinho, sim?
Não percebo é nada de tecnologias. Nada de nada. Até fiquei assustada! ;)
Bjs!
precisamos uns dos outros até para nos ouvir e nos ver, nos olhos deles, dos lábios deles...
Espectáculo de texto!
:) valham-nos as tecnologias e a tua inspiracao!
manda o meu abraco ao sr.rio!
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bela a fotografia!
belo o texto!
(pelos vistos de férias, boas férias então!)
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Noite serena
Que post frsquinho este! Mas ao mesmo tempo, quente, no diálogo. A bela combinação do 'quente-frio'. Doce.
Bjs.
e quando o silêncio rural se torna insuportavel, porque só se ouve a voz que não se quer?...
vamos para o mar(k tb já tem essas tecnologias), que tal?
eheheh
boas férias
bjinhos
Que texto lindo! Fez-me pensar em tanta coisa... nem calculas! :)
Fez-me muito bem ler ...
É bom saber que todos encaixamos neste grande projecto que é a vida... Bonito momento nesta quaresma...
Miguel, grande foi o abraço que deste a todos nós com este post.
Retribuo o abraço e a tranquilidade que precisas para estares contigo e com quem precisas para isso.
Abraço
A Beleza que captamos nas imagens que, no nosso cérebro nos falam de nós. Nós vemos nos outros o nosso refelxo... por vezes...
:)
Belo post, belo post!
Antes de ler o último paragrafo esta a pensar exactamente o que acabei de ler em seguida!
Fazer a analogia com o ser humano!
:-*
p.s.: vivam as novas tecnologias ;) é um espectaculo, só é pena os custos de internet sem fios serem ainda exorbitantes!!!
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Uma Páscoa Muito Feliz, deseja a Daniela
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Boa Páscoa
Olá, Miguel!
Que a tua Pásvoa traga uma Páscoa igual para toda a humanidade: feliz.
Bom dia.
E que bem se deve estar nesse rio?
Boa semana
bj
Olá, Miguel.
Deduzo, pela serenidade que o teu texto transmite, que deves ter tido uma Páscoa tranquila e feliz, em comunhão com a Natureza...
Bom resto de semana.
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